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Fora da lei: relembre os demitidos de ‘O Aprendiz’ por conta de atos ilícitos

Intenções de subornar fiscais e vender cerveja para um menor de idade motivaram Roberto Justus a eliminar participantes do reality

‘O Aprendiz’, de Roberto Justus, estreou sua 11ª edição na última segunda-feira (18), agora na Band. Pela primeira vez, o reality show contará apenas com influenciadores digitais.

Entre os inúmeros anúncios de “Você está demitido” feitos por Justus, alguns casos chamam atenção por terem envolvido potenciais crimes por parte de seus participantes.

Os atos ilícitos não chegaram a se concretizar, mas, segundo o apresentador, a intenção bastou para que fossem demitidos.

Em 2007, Eduardo Franklin foi demitido após afirmar ter separado verba para subornar os fiscais após sua equipe instalar uma tenda em local proibido em São Paulo. Questionado por um dos conselheiros se não tinha medo da fiscalização, afirmou: “Tenho R$ 100 no bolso”.

Em 2013, foi a vez de Evandro Banzato incentivar um menor de idade a comprar bebida alcoólica em uma praia no Rio de Janeiro. À época, ele afirmou que não sabia se a idade prevista em lei para consumo era “18, 21 ou 23 anos”.

Relembre os detalhes de duas das demissões mais polêmicas da história de ‘O Aprendiz’:

Eduardo Franklin – Se a fiscalização aparecer, tenho R$ 100 no bolso

Em episódio de ‘Aprendiz 4 – O Sócio’ que foi ao ar em 31 de maio de 2007, o participante Eduardo Franklin foi demitido após ter realizado uma ação promocional em local sem autorização e ter dito que separou dinheiro para suborno caso algum fiscal aparecesse.

‘A Prefeitura tá ocupada com o papa’

Eduardo e a equipe Ello tinham que fazer uma ação para promover um novo serviço familiar de uma marca de telefonia celular.

Determinado a criar um estande em um local onde não conseguiria autorização em tempo hábil, o participante passou a sondar comerciantes da região, como a dona de uma banca de jornal.

“Posso falar com a senhora um minuto? É o seguinte. A gente tá fazendo uma ação promocional pra Claro, e eu queria a possibilidade de, do lado da sua banca, colocar um gazebo, uma tenda. Não tenho nem tempo pra pedir autorização, é amanhã de 11h às 16h”.

“O que eu quero é a sua opinião, eu vou botar de qualquer jeito, entendeu? O que acontece?”, prosseguiu.

“Se a Prefeitura vir e ver alguma coisa, assim…”, respondeu a senhora, antes que Franklin ironizasse: “A Prefeitura tá ocupada com o Papa, né?”. À época, o papa Bento XVI visitava o País e mobilizava um forte esquema de segurança.

‘Não tenho medo, não’

“Fiscal da Prefeitura não tem dia e nem hora, não. De repente ele chega e entra”, reafirmou a comerciante.

“Eu tenho medo de fazer isso sem autorização”, afirmou Mariana, colega de Eduardo que o acompanhou durante a prova. Eduardo respondeu: “Então, eu não tenho muito medo, não… [A gente] faz na raça. Tá todo mundo preocupado com o papa”.

Pouco depois, resolveu abordar um camelô da região: “Posso trocar uma ideia contigo rapidinho? A gente precisa montar aqui uma ação de marketing, uma barraca da Claro. Passa fiscalização aqui? Quero montar na raça, amigão”.

“Não, por aqui não. É tranquilo. Vem amanhã? Se vir aí, a gente dá uma informada com o cara se tem alguma novidade”, garantiu o vendedor.

“Se tiver sem novidade, tá em casa…”, encerrou Franklin.

Apoio da equipe

Durante uma reunião com o restante da equipe no hotel, o grupo não parecia tão certo quanto à ideia: “O receio lá é só a questão da licença, né?”

Eduardo, então, deu risada: “No mínimo ‘cenzinho’ você deixa no meu bolso…”

Nenhum dos integrantes se opôs firmemente ao fato.

‘Tenho R$ 100 no bolso’

Durante a prova, Walter Longo, conselheiro de Roberto Justus, vistoriou a ação da equipe. “Vocês não tem medo de fiscalização?”, questionou.

Eduardo foi direto na resposta: “Tenho R$ 100 no bolso”. Martha, sua colega, deu risada e emendou: “‘Tâmo’ morrendo de medo!”

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“‘Tâmo’, mas todo o pessoal da Kombi, ali, tá tudo esperto. Sem novidade. Ele assobia de lá, e eu pego o cara antes de ele chegar”, garantiu Eduardo.

“Chamamos o Edison [líder]. Vamos tomar os cinco a decisão. Não ia segurar sozinho. Se tiver alguma coisa, eu tenho realmente os R$ 100, falei pra ele, tem que chegar a pessoa e tem que conversar com a pessoa”, prosseguiu, sobre o possível surgimento de um fiscal.

‘Não tínhamos alternativa’

“Montar uma tenda no meio da rua sem autorização da Prefeitura é absolutamente ilegal. Vocês sabiam disso e resolveram correr esse risco”, afirmou Roberto Justus ao anunciar a derrota da equipe.

Na sala de reunião, Justus pressionou o líder do grupo, Edison, perguntando por que havia deixado o fato acontecer. “Nós não tínhamos alternativa”, respondeu o participante.

Edison tentou se justificar: “Não é uma calçada e não é uma rua. Admito que é um espaço público, mas não havia trânsito de nada ali”.

Pouco depois, Justus ressaltou: “Os conselheiros chegam lá e perguntam pro sr. Eduardo: ‘Vocês estão montando uma coisa, não têm medo de fiscalização?’. A resposta: ‘Não, mas eu já tenho R$ 100 aqui no bolso’!”

“Mas eu não tinha os R$ 100 ainda…”, defendeu-se Eduardo.

‘A gente tá no Brasil, sabe como acontece…’

“Você tá falando em suborno?”, perguntou o apresentador a Eduardo em outro momento.

“Não, em hipótese nenhuma! Queria só que a coisa fosse resolvida longe, caso eles tivessem que tirar alguma coisa, a gente tá num País como o Brasil, a gente sabe que acontece… Esse não é o meu jeito de fazer, não é o meu jeito de trabalhar”, garantiu Eduardo.

“Não aconteceu [o suborno]”, argumentou Franklin, antes que Justus rebatesse: “Não aconteceu porque o cara não apareceu! Porque você tinha vontade de fazer isso, e falou isso pro meu conselheiro!”

Mesmo diante da situação, o apresentador ainda elogiou Franklin: “Você sabe que é um grande candidato, que tem personalidade, tem um perfil muito bom. Aí por uma bobagem desse tamanho […] Não consigo digerir. Sempre falei que a ética prevalece sobre tudo”.

Demissão dupla

Mesmo diante de um potencial ato ilícito, Roberto Justus afirmou que a demissão ficaria entre Eduardo, Edison e Luisa, escolhida pelo grupo como a pior participante na prova, dando mais uma chance para se justificarem.

Surpreendentemente, Justus optou por demitir o líder Edison: “Essa liderança foi absolutamente falha no sentido de ter deixado acontecer isso que aconteceu aqui”.

No momento seguinte, porém, Eduardo Franklin também teve que deixar o programa: “Eu seria muito incoerente hoje se deixasse você continuar com a gente”.

Por fim, Justus ainda defendeu o candidato recém-eliminado: “Quero deixar bem claro para esse País que isso foi fruto de pressão, de momento e tenho certeza absoluta – esse é meu testemunho pessoal agora – você não é essa pessoa que nós vimos lá. Não quero que fique essa tua imagem”.

Evandro Banzato – Cerveja para um menor de idade

Em episódio d’O Aprendiz – O Retorno’ que foi ao ar em 20 de novembro de 2013, o participante Evandro Banzato acabou sendo demitido após tentar vender bebida alcoólica para um menor de idade.

A tarefa

Na tarefa da semana, os participantes de cada um dos dois grupos teriam que “divulgar, promover e vender” cerveja em um quiosque do Rio de Janeiro em plena segunda-feira.

A produção preparou duas “interferências propositais” para ver como cada uma das equipes reagiria. Um ‘bêbado’ inconveniente e um menor de idade interessado no quiosque, que vendia produtos para maiores de 18 anos.

‘Tem mais de 18 anos?’

Em determinado momento, um menor de idade apareceu próximo ao quiosque da equipe Flecha, da qual participavam Evandro Banzato e Rodrigo Solano, líder da equipe.

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Solano abordou o jovem: “Tem mais de 18 anos?”. Diante da negativa, prosseguiu: “Ah, porque se tivesse a gente podia falar contigo. É uma ação que a gente tá fazendo do ‘Aprendiz’, do Roberto Justus”.

O garoto dá a entender que gostaria de levar um produto, o que é vetado por Solano: “Cara, é porque a gente não pode vender mesmo para menor de 18”.

Neste momento, Evandro se aproxima e questiona: “Você vai longe daqui ou não?”. “Não, moro logo em frente”, responde o menor.

“Ia falar, de repente, ó, por exemplo, tá passando um senhor… [Você fala:] ‘Pô, desculpa, não posso comprar, o senhor compra pra mim, me leva até minha casa’…”, sugere Evandro. Solano o acompanha: “Até porque você não vai beber aqui, vai levar pra sua casa”. “Exato. De repente o cara carrega a sacolinha pra você…”, complementa Evandro.

O garoto então questiona: “Mas eu pareço ser menor?”. Solano responde: “Parece.”

‘Te ponho dentro do táxi com cerveja’

Evandro comenta: “E o pessoal tá filmando, tá vendo? [aponta] Tudo que a gente faz é filmado e não pode mesmo. Então, de repente, se o cara for maior de idade e te entregar, você vai levar até a entrada da sua casa e já vai entrar direto”.

O menor de idade então comenta: “Gostei mesmo, cara, do brinde. Me interessei só pelo brinde”. Solano concorda afirmando que o brinde “é legal pra caramba”.

Evandro, por sua vez, faz outra sugestão: “Você vai pegar um táxi, por acaso? Porque se pegar um táxi, bicho, te ponho dentro do táxi, te ponho tua cerveja dentro do táxi e você vai embora”.

O garoto, então, sai de cena: “Vou fazer assim, tenho que fazer algumas coisas aqui perto, aí qualquer coisa eu faço lá e volto”.

Solano encerra: “Tá, aí vem alguém ‘de maior’ aqui e compra pra você. Dá um jeito aí. Valeu! Até mais tarde”.

Sala de reunião

Na sala de reunião, confrontados com a hipótese do menor de idade, Solano rebateu: “Eu lembro. Mas a gente não vendeu pra ele”. Evandro acompanhou o colega: “Eu lembro também, do menor, mas não foi vendida a bebida pra ele”.

“[Foi sugerido] que ele voltasse com alguém de maior, porque a pessoa de maior poderia comprar, porque não seria necessariamente pra ele”, continuou Solano.

Justus ressaltou que “uma das coisas mais graves que tem no País é a venda de bebida alcoólica pra menor, independente de quem comprou. […] Não é o ato de o menor comprar. É vocês, que estão oferecendo a um menor de idade para que burle a lei através de um maior que viesse comprar”.

‘Não sei se a lei é 18 anos, 21 ou 23’

Evandro tenta intervir: “Existe uma interpretação… Eu, se você me perguntar, sinceramente, qual é a idade que uma pessoa pode consumir bebida alcoólica, eu não sei te responder se é 18, 21 ou 23”.

“23 anos? 25! É o número para propaganda! Para ser garoto-propaganda! Isso é coisa do Conar, do mercado publicitário! A lei é 18 anos”, bradou Justus.

“Mas ele tem 18 anos”, argumentou Evandro, antes da tréplica: “Ele tem 17!.”

Evandro insiste: “Não, ele falou que tinha 18 anos, Roberto”. “[Ele] falou [que é menor de idade] e o Solano falou: ‘Não vou poder vender pra você'”, voltou Justus.

De novo, Evandro persiste: “Pra mim, ele tinha 18 anos de idade”. Desta vez, Justus questiona: “Mas se ele tinha 18, por que você não vendeu pra ele?”

“Porque eu não sei o que determina a legislação. Se é 18 ou 21. Eu tinha dúvida. Ele me falou: ‘Poxa, eu realmente gostaria de comprar cerveja, adorei os brindes.’ Eu falei: ‘Olha, você, menor de idade, não pode…'”

“Então é menor? Não tem 18? É 18 ou menor de idade?”, questionou Justus, deixando Evandro mais confuso e nervoso ainda.

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“Desculpa, eu tô me colocando… Só um minutinho… Se você não pode comprar, como já havia essa conversa em andamento, eu falei: ‘olha, você não pode comprar aqui’. Eu tenho dúvida, volto a dizer, não sei se é 18 ou 21. Pra mim, ele tinha 18 anos de idade”.

‘Não foi dito isso’

Roberto Justus se irrita e chega a bater na mesa enquanto relembra o diálogo: “‘Te ponho dentro do Táxi! Se você pegar um táxi, te ponho dentro do táxi!'”

“Não foi dito isso!”, responde Evandro.

“Volta! [o vídeo]”, ordena Justus à produção.

“Mas não é questão de voltar…”, lamenta Evandro, antes de ser interrompido pelo apresentador: “Eu quero ver de novo. Quero ter certeza. Não quero ser injusto”.

No mesmo segundo, Evandro já muda de opinião: “Foi dito isso, Roberto, mas não com essa [intenção]… ”

Era o brinde

Após nova exibição do vídeo, Evandro garante que não estavam tratando de cerveja: “Ô Roberto, ele está falando do brinde…”

Mesmo diante de uma potencial atitude fora da lei, Roberto Justus fez questão de tecer diversos elogios a Evandro: “Vou falar pra todo o Brasil ouvir. Um dos caras mais íntegros que já conheci. Conheço você há oito anos. Você não é um cara pra fazer um negócio desses”.

O participante, então, buscou outra estratégia para tentar se manter no programa: “Existe uma coisa que aprendi na minha vida, que é: a ação foi dolosa ou não dolosa? Quero deixar bem claro pra você e pra todo o Brasil que não há dolo nessa história”.

“Daqui a pouco você vai dizer que essa imagem nem existe!”, ironizou Justus, que emendou: “Neste programa você fez algo que é intolerável e inaceitável. Não vou nem esperar a segunda parte da sala. Você mesmo se tirou daqui com essa ação. Você tá demitido”.

‘Você está sendo injusto’

Já fora da disputa, Evandro se revolta com a decisão: “Roberto, desculpa, você está sendo minimamente injusto comigo. […] Não corrompi esse jovem, não corrompi a marca. Não vou concordar com a sua atitude. Tô muito chateado”.

“O que me deixa mais chateado é eu sair em cima de uma imagem que não é verdadeira e não é da minha pessoa. A maneira como foi colocada a coisa…”.

Neste momento, Evandro levanta e se despede. Aos prantos, desabafa: “Que fique registrado pro País inteiro: sou uma pessoa íntegra, não ofereço… [choro] Tenho dois filhos, sou um homem público, trabalho na cidade de Santo André”.

E prosseguiu: “Eu cumpro as leis desse País. Se tem uma coisa que faço com orgulho na Prefeitura de Santo André é não pegar um centavo [de dinheiro público]”, continuou, antes de afirmar que apenas errou por ter “a vontade de realizar o sonho do menino de levar o brinde”.

“Por causa do brinde do menino você comete uma quase ilegalidade? Você não cometeu porque não vendeu, mas você criou todo o ambiente pra isso”, sacramentou Justus.

E o Solano?

O participante Solano, que estava ao lado de Evandro durante a polêmica, acabou ficando na 3ª colocação ao fim do ‘Aprendiz’, sendo demitido na última prova antes da final. No derradeiro programa, ganhou uma moto e foi homenageado por Roberto Justus.

“Você deu uma demonstração ao País de maturidade, com a sua idade, de integridade, principalmente. Esse País tá precisando de gente que pensa como você. Vários exemplos durante o programa de que você não sai da sua postura íntegra, independentemente de interesses que você possa ter. Fico muito orgulhoso de ter tido você no programa. Parabéns”, disse o apresentador.

Com PC Siqueira, Erasmo e mais, ‘O Aprendiz’ volta com influenciadores

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