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10 possíveis vítimas registram queixa contra anestesista estuprador; relatos são chocantes

“Ele falava baixinho no meu ouvido”, contou uma mulher sobre a postura do anestesista Giovanni Quintella Bezerra

Fotos: Reprodução/Redes Sociais

O caso bizarro do médico anestesista que estuprou uma paciente sedada enquanto ela passava por uma cirurgia cesareana continua repercutindo muito nas redes sociais.

Depois que a notícia foi divulgada, pelo menos 10 outras mulheres foram até a Delegacia para prestar depoimento contra o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, preso no último final de semana após ser flagrado abusando sexualmente de uma paciente.

Três mulheres compareceram à polícia com seus bebês de colo e acreditam que podem ter sido vítimas de Giovanni em um dos momentos mais importantes de suas vidas, quando deram à luz.

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Nesta terça-feira (12), a técnica de radiologia Naiane Guedes, de 30 anos, prestou depoimento na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Na ocasião, ela também concedeu entrevista coletiva a vários veículos de comunicação.

Naiane disse que estranhou o comportamento do anestesista, que falava muito próximo do ouvido dela e administrou uma dose de anestésico maior do que o normal – procedimento que ela já conhecia por se tratar de seu terceiro parto.

“Quando retomei a consciência, só escutava a voz dele no centro cirúrgico. Tive a sensação de que estava sozinha com ele. Ele também falava os procedimentos baixinho no meu ouvido. Ele sempre falava próximo, e isso me incomodou bastante. Eu reclamei, após ele mandar o meu esposo sair”, disse ela.

O parto cesárea de Naiane Guedes aconteceu no dia 5 de junho, no Hospital da Mãe, em Mesquita. Ela não entendeu porque tomou anestesia geral.

Achei estranho a anestesia geral. Essa é a terceira cesárea e nunca tomei nenhuma anestesia geral. Dessa vez, fiquei completamente dopada e estranhei esse comportamento”, revelou a paciente.

Marido de Naiane e pai do bebê, Rafael Marques de Oliveira, de 28 anos, contou que Giovanni pediu para ele se retirar da sala de parto.

“Eu só pude acompanhar o parto até um certo ponto. Ele (Giovanni) me mandou sair, porque seria com a parte médica. Eu nunca havia saído dos partos de que participei. Ele só sedou a minha esposa após eu sair. É revoltante saber que pode acontecer com a esposa da gente. Estou mais tranquilo porque ele foi preso”, declarou Rafael.

Após o parto, a técnica de radiologia precisou fazer uma laqueadura, cirurgia realizada como forma de esterilização feminina definitiva. Em determinado momento, ela reclamou para o anestesista que estava sentindo dor nos ombros e na nuca

“Eu estava lerda e senti muita dor na nuca. Ele me disse que era normal e por isso tinha que ser sedada. Eu não sei se fui abusada, mas a sedação e o fato dele estar muito próximo da minha cabeça eu achei estranho“, afirmou ela, que não tem certeza se foi abusada pelo médico ou não.

“Eu não tenho certeza, porque estava inconsciente. Eu passei mal quando vi a notícia, reconheci ele na hora. A gente entrega a nossa vida na mão dessas pessoas, que a gente acredita que vão cuidar da gente e estamos sujeitos a um estuprador”, afirmou.

A paciente disse também que sente preocupação com outras mulheres que ele pode ter estuprado. “A gente fica receosa, pois ele pode ter feito outras vítimas”. 

Outra possível vítima do anestesista

No dia 05 de julho, foi a vez da vendedora de 23 anos (que preferiu não ter a identidade revelada) dar à luz seus filhos gêmeos no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em Vilar dos Teles, em São João de Meriti.

Um dos bebês nasceu de parto normal. No dia seguinte, ela precisou passar por uma cesariana para o nascimento do segundo filho. O anestesista do parto foi Giovanni Quintella Bezerra.

Ela conta em entrevista à imprensa que foi tão dopada que não conseguiu assistir ao parto do filho nem conhecer o bebê, que morreu um dia depois.

Assim que ficou sabendo do vídeo e da prisão de Giovanni, ela registrou um Boletim de Ocorrência contra o médico. De acordo com a família, a vendedora saiu da sala de parto com o rosto branco. Eles acreditam que se tratava de sêmen, que pode ser de Giovanni.

Nesta terça-feira (12), ela quebrou o silêncio sobre o dia do parto e tudo que passou com o anestesista.

“Eu estava grávida de gêmeos. Entrei em trabalho de parto por volta das 17h. Lá eles me disseram que eu estava em trabalho de parto e não viria mais embora. Como os bebês eram prematuros, me deram um remédio. Às 23h, o médico viu que o bebê estava coroando”, relatou a mulher.

“O meu primeiro filho nasceu normal e foi bem tranquilo. Quando era para o segundo bebê nascer, eles disseram que não tinha condições de ele nascer de parto normal e teria que ser cesária. Eles disseram que a gente corria risco de vida“, conta ela.

“Fui levada para uma outra sala, e os funcionários ficaram desesperados. Pelo tempo de demora, eles ligaram para o anestesista, esse monstro, para que ele viesse me dar a anestesia. Isso já era mais de 1h do dia 6. Eu fiquei sentido dor e eles disseram que o bebê não nasceria”, afirmou.

A vendedora disse também que: “Ele veio, me deu uma RAC na coluna e um remédio no braço. Em seguida, comecei a sentir muito sono. Ele sempre atrás da minha cabeça, com o pano, e eles tentando achar a criança. Ninguém achava a criança. Eles me cortaram de todas as formas”. 

Em certo momento, ela lembra de dizer para ele que estava com muito sono e ter questionado se aquilo era normal.

Eu não queria dormir. Queria ver o meu bebê nascer. Queria saber se ele nasceria vivo ou morto. Mas ele disse que eu poderia dormir, ficar calma que era assim mesmo e que eu poderia ficar tranquila. Eu não queria dormir. Infelizmente, eu vi meu filho sair da barriga e não cheguei a pegá-lo no colo”, lamentou a mãe.

“Eu não pude pegar meu filho no colo antes de ele falecer. Só acordei horas depois sem saber o que tinha acontecido. Não tive o privilégio de pegar o meu bebê antes de ele falecer. Eu não sei o rosto do meu filho. Só conheço o meu filho por foto. Eu estava dopada por esse mostro“, afirmou a mulher, que acredita ter sido vítima do médico.

Veja uma imagem do momento em que o médico Giovanni foi preso:

Giovanni - médico - preso
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Chorando, a paciente completou:

“Ele estava me acalmando. Ele dizia que estava tudo bem. Eu tentei me controlar ao máximo para ver o meu filho. Eu lembro de tudo do primeiro parto. Ele me ajudava e chegou até impedir meu esposo de acompanhar. Esse médico mandou meu marido sair do centro cirúrgico”. 

Outra questão suspeita foi o fato de a mãe da vendedora ter visto algo estranho no rosto dela.

“Eu percebi, quando ela veio para o quarto, que estava com algumas cascas, eu não sabia o que era. O rosto da minha filha estava colando e brilhando. Na testa. Perguntei para minha outra filha o que era e se ela estava suja. Até pensei que fosse um medicamento que eles tinham colocado no rosto dela. A minha filha estava toda mole, sonolenta. A irmã a limpou. Eu estava focada nas crianças”, conta a mãe da paciente.

“A minha filha estava tão dopada que, no dia seguinte, não podia comer. Esse cara disse que era tudo normal. Ele é um criminoso“, declarou a mulher sobre Giovanni.

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