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Diarista proibida de esquentar marmita desabafa: ‘faxineira é ser humano’

Marcelle Oliveira pediu mais respeito após patrão dizer que aparelhos domésticos eram só para os moradores

Fotos: Reprodução/Redes Sociais

Diarista carioca, Marcelle Oliveira, de 34 anos, passou por uma situação difícil no trabalho na última segunda-feira (27). Isso porque ela foi proibida de esquentar sua marmita pelo patrão e acabou deixando a faxina sem terminar e indo para casa.

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Através de uma publicação no Twitter, a diarista desabafou sobre o ocorrido e pediu mais respeito com os profissionais que realizam serviços de limpeza, como ela. Marcelle é faxineira e também trabalha fazendo doces sob encomenda.

Nesta segunda, ela acordou por volta das 4h40 e preparou sua marmita. Depois pegou uma van e um metrô saindo de Campo Grande, zona oeste da cidade, para chegar às 8h em Ipanema, bairro nobre localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Marcelle começou a faxina e, quando chegou a hora do almoço, foi esquentar sua marmita no micro-ondas do apartamento – mas foi impedida pelo patrão. Segundo ele, os aparelhos domésticos eram para uso exclusivo dos moradores.

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“Estou indo pra minha casa. Larguei a faxina pra lá! Não poder esquentar meu almoço? que isso, gente? diarista ou faxineira é ser humano igual a vocês. Não adianta ser doutor e não ter educação e respeito pelos outros”, escreveu Marcelle em um post nas redes sociais.

“Quando eu posto sobre os clientes que me tratam com respeito e carinho, devido a ter clientes tipo esse senhor de ontem, sempre comentam que isso é o mínimo. Sim, eu sei que é o mínimo, mas infelizmente não é sempre assim, complementou a profissional.

A diarista ainda falou mais sobre a falta de respeito com profissionais como ela na sociedade – ainda hoje.

“Quem faz trabalho doméstico ou trabalha com atendimento público sabe bem como é. Nós que fazemos trabalho doméstico não somos menos gente do que você que tem diploma. Todos os profissionais, sejam em qual área for, merecem reconhecimento e respeito”, declarou ela.

“Se vocês precisam do nosso trabalho é sinal de que nosso serviço é essencial“, finalizou a diarista.

Confira o tuite feito por Marcelle que viralizou na web:

Em entrevista ao portal ‘Uol’, a diarista contou com mais detalhes o que aconteceu na segunda-feira (27), quando o que era para ser um dia normal de faxina acabou se transformando em uma situação desrespeitosa para ela.

“Assim que cheguei, cumprimentei ele com um ‘bom dia’, mas senti ele meio assim, não muito a fim de responder. Mas é um direito dele responder ou não. Fui para os meus afazeres, até aí tudo normal. Sempre que eu vou fazer uma faxina, eu pergunto se posso ou não beber água ou esquentar comida“, relatou Marcelle.

“Quando perguntei a esse senhor, ele disse que eu não poderia usar o microondas porque é de uso dos moradores do apartamento. Eu olhei e perguntei novamente. Ele me respondeu mais uma vez e disse que os aparelhos domésticos são para os moradores da casa. Eu respirei, troquei de roupa e comuniquei que estava indo embora“, disse Marcelle Oliveira.

A profissional preferiu não identificar o homem, disse que não pretende tomar medidas judiciais e explicou o motivo.

Imagina eu, negra, doméstica, processar um homem branco e doutor que com certeza tem advogado. Não vale a pena, não. Eu publiquei na hora da minha revolta, pra que todos vejam a forma desumana que tem gente que trata os outros”, relatou ao ‘Uol’.

Segundo a diarista, o apartamento dele tinha três quartos, por isso, ela cobrou o valor de R$ 250 mais o preço da passagem. E quando decidiu ir embora – após ter sido impedida de esquentar a marmita – Marcelle já tinha limpado a sala de estar, a de jantar e um banheiro.

Pois o dono do apartamento disse que não pagaria nem pelo serviço e nem pelo deslocamento dela.

“Perguntei do meu pagamento, ele disse que não iria pagar porque não terminei o serviço. Nisso, eu vim embora para minha casa. Até hoje não me pagou. Eu me senti triste, porque trato todos os meus clientes de maneira respeitosa. Eu não pedi comida, pedi somente para esquentar minha marmita, algo que é normal para quem vai trabalhar, até porque saco vazio não para em pé”, relatou Marcelle.

Muitos foram os comentários dos internautas incrédulos com o ocorrido com a diarista. “Que gente asquerosa!”, disse uma pessoa. “Sinto muito. O brasileiro escravocrata é muito real, e existe em grande quantidade”, comentou outro.

“Já deveria ser absurdo a pessoa chamar faxineira e não providenciar o almoço dela né”, opinou uma internauta no Twitter. “Bizarro imaginar uma coisa dessas acontecendo em 2023!!”, afirmou mais um.

Muitas pessoas pediram até a chave Pix de Marcella para ajudá-la financeiramente, mas ela se negou a passar e disse que aquilo era apenas um desabafo.

“Recebi muita solidariedade e muitos comentários de pessoas que já tiveram negados até copos de água. Muitas patroas não aceitam comer na mesa com elas ou estranham quando são bem tratadas. Infelizmente, empregados domésticos são vistos com indiferença por seus empregadores. Não são todos, mas uma boa parte acha que é superior por ser contratante”, disse Marcelle.

Marcelle Oliveira - faxina
Foto: Reprodução
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