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Professora da creche em Blumenau sofre infarto e passa por cirurgia de cateterismo

Docente de 60 anos ajudou a socorrer as crianças depois que homem invadiu e as atacou

Foto: Luiza Morfim/Reprodução/NSC

Uma professora da creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, sofreu um infarto dias depois de ter ajudado a socorrer as crianças vítimas do massacre cometido por um homem de 25 anos, na manhã da última quarta-feira (5).

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O ataque que aconteceu na cidade catarinense causou comoção em todo o país. Infelizmente, quatro crianças, com idades entre 4 e 7 anos, perderam suas vidas na ocasião brutal ocorrida no ambiente escolar.

Uma professora de 60 anos, que ajudou a socorrer as crianças durante o atentado, enfartou e precisou passar por um cateterismo.

Ela não tinha problemas cardíacos“, afirmou a assessora jurídica da unidade de ensino.

Acredita-se que o infarto tenha sido causado pela descarga de adrenalina que ocorreu com a paciente pelo trauma emocional de ter presenciado a tragédia.

Felizmente, a professora já recebeu alta do hospital após passar pela cirurgia, mas ainda precisa manter o tratamento com medicações.

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O cateterismo é um procedimento médico no qual um cateter (tubo fino e flexível) é inserido em uma artéria ou veia, geralmente através da virilha ou braço, para tratar doenças cardiovasculares, como obstruções, coágulos ou problemas nas válvulas cardíacas.

Enquanto isso, a cidade de Blumenau está tentando encontrar maneiras de evitar futuros ataques em escolas e creches. Uma das soluções propostas é contratar segurança privada para essas instituições.

Enquanto as autoridades trabalham para evitar futuras tragédias, a comunidade local está em luto pelas vidas perdidas.

As quatro crianças, Bernardo Machado, Bernardo Pabst, Larissa Maia Toldo e Enzo Marchesin Barbosa, jamais serão esquecidas.

Depois do ocorrido, a prefeitura da cidade decidiu antecipar as férias escolares na rede pública de educação.

Desde esta segunda-feira (10) as escolas públicas de Blumenau já estão sem aula.

A meta é contratar vigilância particular para os estabelecimentos de ensino e instituições de educação infantil da cidade.

A Secretaria Estadual de Educação comunicou ao portal ‘G1’ que as atividades escolares na rede estadual de Blumenau continuarão normalmente na semana seguinte.

O Sindicato das Instituições Privadas de Santa Catarina declarou que as aulas na rede privada também prosseguirão conforme o planejado.

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Ações adicionais, como a instalação de 125 câmeras de vigilância nas instituições educacionais do município, já tinham sido divulgadas pela administração municipal após o incidente na creche.

Creche Bom Pastor
Foto: Felipe Sales/Reprodução/NSC TV

Vítima era menino adotado há 1 ano

Um dos meninos mortos durante o ataque, Enzo Marchesin Barbosa, faria 5 anos no início de maio a foi adotado há um ano por duas mães – Samira Barbosa e Carina Marchesin.

No dia 6 de dezembro de 2022, a família comemorou um ano da chegada de Enzo na família – criança responsável por trazer mais amor e alegria a todos a sua volta.

Ele foi muito feliz com a gente“, garante a avó, Maristela Valerino.

“Completando um ano do tão aguardado dia do nosso filho vir para casa. Um ano de muitas risadas, preocupações quando ficava doente, de beijos, abraços, bagunças. Um ano de ‘você está feliz, mãe?’. Um ano que nossa vida mudou totalmente, nosso coração fora do peito, nosso menino“, escreveram as mães na web.

Samira Barbosa, uma das mães de Enzo, desabafou nas redes sociais após o assassinato cruel do menino na creche de Blumenau.

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Ela, que luta contra o câncer, contou que um dia antes do ataque descobriu que precisaria fazer uma cirurgia.

“Neste mesmo dia fui buscar meu filho e contar para ele que ficaria alguns dias longe, pois precisaria ficar na UTI, mas que logo logo estaremos pertinho, o que ele disse? Que ‘tudo bem mamãe, vou sentir muita saudade de você‘”, relatou ela.

Abalada com a morte do filho, Samira ainda disse mais:

“Dia 05/04 pela manhã ele me olhou e falou novamente: ‘vou sentir muito saudade de você’, eu falei ‘é rapidinho meu amor, cuida da mãe e da nossa casa por mim‘. Ele concordou. Entregou as lembranças de Páscoa para a professora na porta da escola, deu um abraço e bom trabalho para a mãe Carina. ‘Te amo mamães do tamanho do universo’“, relembrou a mãe.

Viva como quem sabe que vai morrer um dia e morra como quem soube viver”, completou ela, muito abalada pela morte do filho.

Veja uma foto de Enzo:

Enzo
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Professoras relatam detalhes do dia da tragédia

A própria creche Cantinho Bom Pastor organizou uma coletiva de imprensa com os professores que estavam presentes no dia do ataque para contar detalhes da tragédia.

Colaboradores do Centro Educacional Cantinho Bom Pastor se encontraram no último sábado (8) para compartilhar suas experiências sobre o atentado à creche ocorrido na quarta-feira (5) em Blumenau (SC).

A coletiva foi alvo de críticas por parte do pai de uma das vítimas, que expressou insatisfação com a divulgação dos detalhes do caso.

O incidente aconteceu quando 25 crianças se juntavam no pátio para um bate-papo acerca da Páscoa.

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A professora Suelen dos Santos recorda-se de uma das últimas frases de Bernardo Pabst, um dos menores mortos no ataque.

“Estávamos conversando sobre a importância de amar nossos colegas. Bernardo, uma das últimas coisas que ele falou foi que não podemos agredir nosso colega, pois isso deixava o papai do céu triste“, mencionou ela durante o encontro realizado no próprio estabelecimento de ensino.

Ao ver o criminoso invadir o espaço escolar pulando o muro, os funcionários imaginaram que se tratava de um ladrão. “Em questão de segundos, já escutamos os gritos“, relataram.

Aqui nós temos heroínas, mulheres que podiam ter perdido suas vidas naquele momento… Nossos filhos que sobreviveram são heróis”, disse Fábio Santos, pai de Samuel Lorenzo – uma das crianças que ficaram feridas durante o ataque.

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