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Aluno de apenas 8 anos pede socorro em prova: ‘meu pai bate na minha mãe’

Criança teve a ideia de denunciar episódios de violência doméstica sofridos pela família em bilhete

Foto: Canva

Um aluno de apenas 8 anos surpreendeu professores de uma escola na cidade de Vale do Anari, no estado de Rondônia, ao escrever um bilhete na prova pedindo ajuda, pois a mãe era vítima de violência doméstica.

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O garoto, que teve a identidade preservada, usou um espaço em branco na folha da prova que estava fazendo na escola para fazer um pedido de socorro.

Por favor me ajuda. Meu pai bate na minha mãe. Chama pra mim a polícia, escreveu ele, que ainda colocou o endereço para que o pai violento fosse encontrado.

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Ao ler aquele recado, a professora falou com a direção da escola, ligaram para a polícia e fizeram a denúncia do caso de violência doméstica.

Agentes da Polícia Civil de Rondônia foram até a casa da família e constataram que, infelizmente, a história era mesmo verdade.

Confira uma imagem da prova do aluno de apenas 8 anos que denunciou o pai na escola:

Prova
Foto: Reprodução

Aluno sofria violência ao lados da mãe e 3 irmãos

O aluno e os três irmãos dele, de 13, 14 e 16 anos, foram encaminhados a um abrigo da cidade. A mãe deles também foi tirada da residência para ter sua vida preservada, até que o caso seja investigado mais a fundo e as medidas cabíveis sejam tomadas.

Segundo a polícia, a mulher sofria agressões do marido, ameaças e também violência psicológica. Além dela, os quatro filhos do casal presenciavam as agressões e também eram violentados pelo homem, próprio pai deles.

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A família é vítima há mais de dez anos das violências praticadas pelo homem, de acordo com informações da polícia ao jornal ‘Diário da Amazônia’. A mulher e os quatro filhos permanecerão sob proteção do estado enquanto aguardam decisão da Justiça.

Em casos como esse, algumas pessoas preferem ignorar e creem que o relato pode ser fruto da imaginação da criança. Contudo, é importante levar em conta e investigar a situação, que infelizmente tem enormes chances de ser verdade – como aconteceu na escola em Rondônia.

O impacto da violência doméstica nas crianças

A psicóloga especializada em violência contra a mulher, Katia Rosa, falou em entrevista ao ‘Uol’ sobre o enorme impacto que uma criança sofre ao presenciar episódios de violência em casa.

Esse menino foi muito corajoso e representa uma grande parcela das crianças brasileiras, infelizmente”, afirma a psicóloga sobre o caso do aluno de Rondônia.

“É um mito achar que a criança que presencia esse tipo de violência não está sendo agredida. A agressão psicológica começa assim: ela observa, sente, teme. Começa a ter pensamentos próprios, fica confusa, isso atrapalha o seu desenvolvimento físico e mental”, acrescentou a especialista.

Quando uma criança assiste, ou escuta, o pai agredindo a própria mãe, por exemplo, ela é atingida e pode sofrer alterações importantes no comportamento.

“Ela pode apresentar tristeza, desenvolver depressão, ficar constantemente angustiada e ter uma piora em seu desempenho escolar”.

“Pode acontecer ainda de o filho ou a filha começar a agredir outras crianças, uma maneira de demonstrar, de forma não verbal, o que ela presencia, explica Katia Rosa ao ‘Uol’.

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Uma pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em julho de 2021 mostrou que 80% das tentativas de feminicídio com arma e faca no Brasil são cometidas contra mães.

“Outro dado importante sobre o assunto diz que em 80% dos lares brasileiros onde um homem tentou matar uma mulher com uma faca ou uma arma de fogo, essa vítima era mãe e, provavelmente, os filhos assistiram às agressões, diz a matéria publicada pelo ‘Uol’.

“Os dados mostram que a violência doméstica não é só contra uma mulher, é intrafamiliar. Pode ser que esse homem também agrida os filhos, mas, mesmo se as crianças só presenciaram as agressões, são vítimas indiretas“, afirmou em entrevista a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.

Como pedir ajuda?

Qualquer pessoa que seja vítima de violência doméstica, ou conheça alguém que esteja passando por essa situação, deve ligar para o número 180, a Central de Atendimento à Mulher. A ligação é gratuita e o atendimento funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia.

Os profissionais da Central dão orientação de especialistas e fazem encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. As vítimas de violência também podem pedir ajuda através do WhatsApp, no número (61) 99656-5008.

Para denunciar o agressor, é necessário ir à delegacia mais próxima ou fazer um boletim de ocorrência pela internet.

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