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Como uma bebê foi decapitada durante o parto? Especialista explica

A recém-nascida teve a cabeça separada do corpo durante um parto no Hospital das Clínicas, em BH

Foto: Canva

A triste notícia da morte de uma bebê que teve a cabeça decapitada durante o parto no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) deixou muitas pessoas chocadas.

O caso, ocorrido na madrugada do dia 1º de maio, só veio à público no último fim de semana, após a família buscar a polícia para denunciar a situação.

A criança, que recebeu o nome de Manuelle Vitória, nasceu prematura com 28 semanas de gestação, e foi decapitada ainda dentro do útero da mãe. Além desse fato brutal, “a criança tinha vários hematomas” após o parto, relatou a advogada da família.

Em meio à investigação e à busca por respostas, questiona-se se seria possível tal ocorrência sem a intervenção de objetos cortantes.

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Para esclarecer essa dúvida, uma enfermeira obstetra, que optou por não se identificar devido à complexidade e polêmica do tema, falou sobre a fisiologia gestacional.

A especialista explicou que, com 28 semanas, o bebê tem em média entre 1,1kg e 1,2kg e cerca de 35 a 36 centímetros de comprimento. “É um ser humano muito pequeno e com estruturas ainda muito frágeis“, destaca.

“Levando em consideração essas condições, uma manobra mais intensa, ou um procedimento que tenha que ser um pouco mais invasivo, pode levar à ruptura dessas partes anatômicas e, sim, há possibilidade de que a cabeça seja separada do corpo sem necessariamente o uso de um objeto cortante”, disse a médica em entrevista ao jornal ‘Estado de Minas’.

A profissional acrescenta que, se o bebê tiver alguma doença grave, como um edema generalizado, ou se já estiver morto, sua constituição estará ainda mais frágil, aumentando as chances de tal evento.

No que diz respeito ao tipo de parto em casos de pré-eclâmpsia e eclâmpsia, a especialista aponta que a escolha deve ser sempre a mais fisiológica possível, desde que ofereça menor risco para a mãe e o bebê.

“Avalia-se a relação custo x benefício entre um procedimento e outro. Cada caso é analisado individualmente, levando em conta suas restrições e particularidades”, conclui.

Portanto, segundo a profissional, a indução do parto pode ser escolhida como forma de interromper a gestação, proporcionando à gestante a possibilidade de um parto por via vaginal.

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O caso em questão está sendo tratado pela Polícia Civil de Minas Gerais como homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. A família da bebê decapitada busca apurar se houve erro médico e aguarda os desdobramentos da investigação.

Hospital das Clínicas - BH
Foto: Acervo/HC

‘A mãe só chora’, diz tia da bebê decapitada

Dez dias após o terrível episódio em que perdeu sua filha, decapitada durante o parto no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, a mãe, Ranielly Coelho, ainda sofre com as dores do procedimento e a perda inestimável.

Aryanne Santos, irmã de Ranielly, relata a dor e o sofrimento da irmã.

Ranielly queria tanto essa menina. Ela ficou sete meses de resguardo para garantir que a menina nasceria bem. Mas, agora, de três em três horas, quando o peito dói, sai leite, e ela diz que é a filha querendo mamar. É a hora mais doída. Ela só chora. Está sem dormir e, quando dorme, acorda na hora que foi o parto chorando, dizendo que está ouvindo vozes. É uma situação muito complicada”, disse a irmã em entrevista ao ‘Extra’.

Ela diz que o pai da criança também acompanhou o parto e foi chamado para o ver o rostinho da criança.

“Ranielly já não estava mais aguentando fazer força, sentindo muita dor, e a médica pediu para fazer cortes para a saída do bebê. Aí a menina colocou a cabeça para fora. Foi a hora que ela chamou o pai para ver a criança. Meu cunhado disse que ela estava com a mãozinha do lado do rosto, mexendo os olhos, só que estava ficando roxinha“, contou.

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Ainda de acordo com ela, o pai da bebê percebeu a brutalidade da ação da médica e chegou a ficar agressivo na sala de parto.

“A médica disse que era falta de oxigenação. Como os ombros da menina não passavam, ela subiu em cima da minha irmã, mandou segurar braços e pernas e acabou puxando a cabeça dela. Meu cunhado viu a cena e ficou agressivo, minha mãe começou a gritar”. 

A equipe tirou a bebê da sala e, depois de meia hora, voltou com a menina vestida para que a família se despedisse ela.

“Eles já vieram com a menina embrulhada, com a roupinha tampando o pescoço. Disseram para a minha irmã que ela precisava se despedir da filha. Minha mãe [avó da menina] pegou no colo, tirou a roupinha e viu que o pescoço estava costurado“, diz a tia da bebê, que recebeu o nome de Manuelle Vitória.

A família acionou uma advogada e a polícia após receber o laudo de necropsia do hospital. Aryanne recusou-se a assinar o documento ao ler que o bebê havia morrido “no útero”.

A Polícia Civil investiga o caso como possível homicídio culposo e não há prazo para a liberação do corpo da criança que teve a cabeça decapitada.

Avó dormiu na rua após tragédia

Enquanto aguardam os desdobramentos da investigação, a família busca condenação do hospital por violência obstétrica e indenização na Justiça. A dor e a lembrança da tragédia permanecem presentes, afetando todos os envolvidos.

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“Fui trabalhar, passei na rua em que ela mora e vi ela deitada na rua, dormindo. Ela já tem problemas psicológicos, mas isso piorou. Ela fica repetindo que viu o sangue espirrar. A gente tenta ficar de olho, cuidar dos parentes, mas a cena para eles não sai da cabeça”, contou Aryanne Santos ao ‘Extra’.

A tia da bebê, Aryanne, ressalta que depois dessa tragédia inimaginável, a família só quer respostas.

Eu quero justiça e que outras mães não passem por isso. Eu quero saber o motivo. Por que a médica puxou a cabeça? Ela desesperou? Ela errou? Eu quero uma resposta. E, dependendo da resposta, eu quero justiça”, destaca.

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