in , ,

Bolsonaro veta comercial do Banco do Brasil que apostava em diversidade

Campanha do banco, destinada a público jovem, ficou duas semanas no ar; diretor deixa cargo após incidente

Uma campanha publicitária do Banco do Brasil dirigida para o público jovem, divulgando o serviço de abertura de conta corrente por aplicativo no celular, foi retirada do ar por recomendação do presidente Jair Bolsonaro. O episódio também envolveu a saída do diretor de Comunicação e Marketing do banco, Delano Valentim, que atualmente está de férias.

Estrelado por atores negros e brancos, numa representação da diversidade racial e sexual do País, a peça começou a ser veiculada no dia 1.º de abril e saiu do ar há cerca de duas semanas. Tinha 30 segundos, e podia ser vista em comerciais veiculados na TV e na internet. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal ‘O Globo’ e confirmada depois pela direção do Banco do Brasil.

Oficialmente, não foi apresentado um motivo para a retirada da propaganda. Bolsonaro procurou o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para falar sobre a peça. Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, Novaes disse ter concordado com o pedido apresentado por Bolsonaro. Ainda segundo ele, a decisão para a saída do diretor de Comunicação e Marketing da instituição foi tomada de forma consensual.

“O presidente e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. Saída do diretor em decisão de consenso, inclusive com aceitação do próprio”, escreveu Novaes. O Palácio do Planalto disse que não faria comentários sobre o assunto.

Veja também:
Angela Ro Ro relembra namoro com Zizi Possi, que teve fim conturbado

Esta é a quarta vez que o governo Bolsonaro determina a retirada de peças de comunicação por discordar do seu conteúdo. A primeira medida ocorreu ainda no início de janeiro, quando o Ministério da Saúde determinou a suspensão da divulgação de uma cartilha voltada para população de mulheres trans, que estava no ar havia seis meses. De acordo com a pasta, o material publicitário trazia “incorreções técnicas”.

Havia ali desenhos indicando como realizar o “pump”, uma espécie de seringa invertida aplicada para aumentar o clitóris. A cartilha voltou a ser veiculada dias depois, mas já sem a ilustração. O esquema foi substituído pela descrição da prática e um alerta sobre riscos de lesões e infecções.

A retirada da cartilha provocou reação de especialistas em saúde e foi classificada por eles como retrocesso na política de prevenção do governo. Como no caso recente do Banco do Brasil, poucos dias depois da suspensão no site, a então diretora do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV/Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, foi exonerada do cargo.

No Carnaval, mais um veto do governo Bolsonaro

No Carnaval, houve o segundo veto. A campanha de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, ao contrário do que ocorria em anos anteriores, não fazia nenhuma referência a público gay. Foram vetadas peças que mostravam casais do mesmo sexo. Em seu lugar, foi usado um material “genérico”, uma atitude que também foi criticada por especialistas em prevenção de doenças. Em vez do clima festivo, a ideia foi reforçar a responsabilidade para a prevenção.

Veja também:
Miss Bumbum flagrada fazendo sexo na rua: 'não fiz nada de errado'

Em março, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que “mandaria recolher” uma caderneta voltada para adolescentes, com várias informações sobre saúde e calendário vacinal.

Também lançado no governo anterior, o material continha informações sobre sexualidade, mas, para o presidente, a leitura para crianças de 8 ou 9 anos “não ficava bem”. O Ministério da Saúde, na ocasião, afirmou que a caderneta seria revista. Agora, a determinação é de que o modelo seja destinado apenas para adolescentes com mais de 14 anos. Para o público mais novo, será feito um novo material.

Governo federal afirma que não haverá horário de verão em 2019

Em Destaque

Recomendamos para você

Deixe seu comentário

marcius melhem

Marcius Melhem debate sobre humor nos dias de hoje e é atacado por Danilo Gentili

danilo gentili

Publicação de 2016 leva conta de Danilo Gentili no Facebook a ser suspensa