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Fábio Assunção propõe grupo para discutir com Doria sobre Cracolândia

Ator, que passou por clínicas de reabilitação contra dependência química, tenta estabelecer diálogo

(Foto: Divulgação)

Em reunião com movimentos sociais que atuam na Cracolândia, em São Paulo, o ator Fábio Assunção se comprometeu a articular um grupo de artistas e ativistas para levar críticas ao prefeito João Doria (PSDB-SP) por conta das ações do governo municipal na região.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o ator ressaltou a necessidade de se estabelecer um diálogo aberto sobre o assunto. “Se a gente só polarizar com ele, não vamos conseguir nada”, disse Fábio à colunista.

Ator, que luta contra sua dependência em
Ator, que passou por clínicas de reabilitação contra dependência química, tenta mediar situação de diálogo entre movimentos e prefeito de São Paulo (Foto: Divulgação)

Em 21 de maio, a prefeitura de São Paulo e polícia fizeram uma ação contra o tráfico de drogas na Cracolândia, no centro da capital paulista. Usuários de drogas corriam aflitos pelas ruas próximas, carregando pertences, enquanto policiais lançavam bombas de lacrimogêneo. Dois dias depois, foi iniciada a demolição de prédios no local. Além disso, houve a autorização da Justiça para avaliação médica contra a vontade do usuário, que acabou suspensa uma semana depois.

Fábio Assunção

Em 2016, o ator falou de sua luta contra a dependência química em entrevista ao Fantástico. “Demorei a aceitar que tinha um vício e esse é o primeiro passo. O caminho é aceitar e pedir ajuda. Eu tinha medo de ser criticado e visto como uma referência negativa”, disse.

Fábio contou à jornalista Patrícia Poeta sobre seu processo de tratamento em clínicas no interior de São Paulo. “Eu me senti como se estivesse atravessando um deserto. Uma grande solidão. Fiquei quatro meses em uma clínica fechada e depois um mês em outra em que já podia receber visitas”, afirmou.

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O ator revelou que havia sido afastado da novela “Negócio da China” dez meses antes dessa entrevista. Ele não conseguia cumprir os horários das gravações e chegou a passar mal nos bastidores em decorrência do uso de drogas. Em 2015, Fábio já tinha sido flagrado pela Polícia Federal, em São Paulo, recebendo uma encomenda de cocaína. Foi indiciado como testemunha enquanto o fornecedor era detido. “A coisa começou a ficar cada vez mais complicada. Eu não conseguia respeitar meus compromissos, não sabia se era terça-feira ou sábado”, lembrou.

“Estou conseguindo. Peguei um caminho que não tem volta. Não vou permitir que minha vida seja o que era antes”, disse no final da entrevista ao Fantástico, em 2016.

Cracolândia

Se o intuito era acabar com o tráfico, a ação acabou apenas espalhando os usuários de drogas para outras regiões. De acordo com um mapeamento da Guarda Civil Metropolitana (GCM), foram identificados 22 pontos de concentração de usuários de crack nas proximidades.

Em entrevista à Agência Brasil, o promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP) Arthur Pinto Filho afirmou que “os usuários apenas mudaram de lugar”. “A Cracolândia poderia acabar em um processo a médio prazo, com trabalho muito consistente de todos ali, de Saúde, da Smads [Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social]. Ela poderia ir minguando até acabar. Hoje a Cracolândia não acabou coisíssima nenhuma, ela muda de lugar”, disse.

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Para o promotor, a operação gerou uma situação de caos naquela região. “A ação não resolveu o problema básico da Cracolândia, que é a dependência. Enquanto não se resolver isso, não se resolve a questão, a droga vai continuar chegando, tanto lá como em qualquer lugar do Brasil”.

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