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Apesar da idade, menina sequestrada conseguiu enviar informações que ajudaram

A polícia agiu intensamente com o que a criança falou pra irmã – que parecia pouco, mas foi suficiente

Fotos: Reprodução/TV Globo

O caso da menina de 12 anos que passou 8 dias longe da família ao ser sequestrada por um açougueiro de 25 anos, que a levou do Rio de Janeiro para o Maranhão e a manteve em cárcere privado em uma quitinete, repercutiu muito nos últimos dias.

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A menina foi encontrada pela polícia na terça-feira (14) e voltou para casa, no Rio de Janeiro, acompanhada do pai na última quinta-feira (16).

Durante as investigações, a policia encontrou todo o bate-papo entre Eduardo da Silva Noronha e a menina na polêmica rede social chinesa, o TikTok. As conversas começaram dois anos atrás, quando ela tinha apenas 10.

Como a polícia encontrou a menina sequestrada?

Depois de muita conversa através do TikTok, no dia 6 de março, Eduardo buscou a menina na porta da escola dela – localizada em Sepetiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro. De lá, o sequestrador a levou de carro para São Luís, no Maranhão.

Segundo investigações da Delegacia de Descoberta de Paradeiros do Rio de Janeiro (DDPA), a menina sempre foi levada e buscada na escola pela mãe.

Contudo, a partir do início das aulas no ano letivo de 2023, ela passou a ir e voltar sozinha. Isso, obviamente, facilitou as coisas para o criminoso capturar a adolescente.

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A menina aceitou entrar no carro e viajar por dois dias do Rio até São Luís. Chegando lá, ao se ver trancada em uma quitinete o dia todo, sem acesso à internet, ela se deu conta de que havia sido sequestrada.

Ela ficou presa até o momento em que o homem a levou até uma loja para comprar roupas.

Chegando lá, ela conseguiu acesso à internet através do WiFi e entrou no Instagram – foi quando enviou mensagens pedindo socorro para a irmã.

Apesar de ter dado poucas informações, a menina conseguiu esclarecer o mínimo para auxiliar a polícia nas buscas.

Ela disse para a irmã que foi a pé até a loja onde Eduardo a levou para comprar roupas. A polícia, então, descobriu a rede de internet usada pela menina – e chegou até a loja.

Aí foi quando a polícia do Maranhão foi acionada, mas informou que aquele endereço não existia.

Ainda durante as investigações, a delegada do Rio de Janeiro procurou a loja nas redes sociais, encontrou o perfil e notou uma informação importante na vitrine: o reflexo de um hortifruti que fica localizado em frente.

Foi assim que o mercado foi localizado. Agentes do Rio de Janeiro, então, começaram a investigar quitinetes próximas da loja e, com auxílio da Polícia Civil do Maranhão, a menina foi localizada na terça-feira (14).

Sequestrador é solto usando tornozeleira eletrônica

Em depoimento à polícia, Eduardo falou que conheceu a menor há dois anos no TikTok e que eles planejavam se casar quando ela completasse 18 anos.

Segundo ele, há cerca de duas semanas a menor pediu para ele ir buscá-la no Rio de Janeiro. Eduardo também afirmou que não tinha a intenção de fazer mal à menina e que nunca trocou fotos ou vídeos íntimos com ela.

Além disso, o açougueiro disse que eles não fizeram sexo e apenas se beijaram.

A perícia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) constatou que realmente não houve conjunção carnal entre Eduardo e a menina. Não havia marcas de maus tratos ou abuso sexual.

Ele foi autuado pelo crime de sequestro, passou por uma audiência de custódia e foi solto usando tornozeleira eletrônica.

A advogada da família, Luciana Pires, falou sobre o caso: “A gente está falando de um crime grave, um crime de sequestro, que pode chegar a até dez anos de reclusão. Mais o crime de estupro, porque ele beijou na boca, é considerado ato libidinoso“, afirmou ela em entrevista.

“Estamos falando de uma criança, uma adolescente de 12 anos que não tem capacidade de consentir um ato dessa natureza advogada: a sensação é de muita insegurança e injustiça”, acrescentou a profissional.

A família sofre muito com isso, estão muito abalados, não conseguem gravar, não conseguem falar sobre o episódio. A vítima passa o tempo todo em casa. Ela vai ter todos os acompanhamentos necessários, e ele está solto”, disse a advogada Luciana Pires.

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Menina recebe atendimento psicológico

A menina de 12 anos está recebendo tratamento psicológico através de uma parceria entre a Polícia Civil e a Cruz Vermelha. Ela tem sido acompanhada por parentes e agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

“Ela está se alimentando bem, conseguiu dormir, está conversando com a família e reagindo bem ao que aconteceu. Ela é uma menina muito tímida, por isso está mais reclusa e falando pouco. Estamos evitando dar detalhes das investigações para poupá-la do sofrimento. Ela é muito inocente. Apesar de ter 12 anos, tem uma mentalidade de criança. Ela não tem noção da gravidade do que aconteceu. Ela está vulnerável”, afirmou uma das irmãs mais velha em entrevista ao jornal ‘O Globo’.

A família também receberá atendimento na Clínica de Psicologia da Cruz Vermelha. E estão pensando em trocar a menina de colégio para preservá-la por conta da enorme exposição que o caso ganhou.

“Estamos pensando no bem-estar dela. Por isso, estamos vendo a possibilidade de trocá-la de escola por conta da exposição. Para ela vai ser bom um recomeço em outro lugar. Mas isso é uma possibilidade que ainda estamos avaliando”, disse a irmã.

O fato de o criminoso ter sido solto deixou a família da menina inconformada.

“Eu fiquei revoltada com a soltura dele. Ele claramente comeu crimes e deve responder por isso. Eu acredito que a justiça vai ser feita. O importante é que minha irmã está viva, bem e com a família. Vamos cuidar dela e espero que isso não aconteça com mais ninguém. Que ele não fique impune e faça isso com outras meninas inocentes. O tratamento psicológico vai ser fundamental para a recuperação dela”, declarou a irmã da menina ao jornal ‘O Globo’.

TikTok se pronuncia sobre o caso

Diante do polêmico caso, que teve início através de conversas no TikTok, a rede social chinesa se pronunciou dizendo que existe a ferramenta “sincronização familiar”, que faz com que as contas de pais e filhos fiquem vinculadas.

O TikTok lembrou também que a entrada na rede social só é permitida a partir dos 13 anos de idade. A menina, no caso, fazia uso desde antes dos 10.

Já no Instagram, a “central da família” permite aos pais supervisionar as atividades dos filhos na rede e oferece um recurso que impede o envio de mensagens de adultos para adolescentes que não os sigam.

Nesta rede social, a idade mínima para cadastro também é 13 anos – mesma coisa no Facebook e no WhatsApp.

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A irmã comentou em entrevista que eles sempre monitoraram as redes sociais da menina, menos o TikTok.

“A gente sempre monitorou o WhatsApp e o Facebook dela. Mas não sabíamos que ela conversava pelo TikTok. Para mim, essa rede social sempre foi para postar vídeo. Uma rede social de dancinha”.

Sabemos que ela quis fugir, mas ainda precisamos entender porque ela quis fazer isso. Por enquanto, minha irmã não comenta muito. É como se ela evitasse falar sobre o que aconteceu. Estamos felizes com a volta dela e vamos cuidar para que ela fique bem”, afirmou a irmã.

Veja o momento em que a polícia prendeu o sequestrador:

Eduardo da Silva Noronha - preso
Foto: Reprodução/TV Globo
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