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Ex-alunos de Aguinaldo Silva reivindicam coautoria de ‘O Sétimo Guardião’

Grupo diz que autor anunciou que, caso a sinopse da novela fosse produzida, “os direitos seriam devidamente reconhecidos em favor” deles

A polêmica em torno da autoria da sinopse da próxima novela das 9 da Globo, ‘O Sétimo Guardião’, voltou à tona com uma carta aberta, assinada por ex-alunos de uma masterclass ministrada pelo autor Aguinaldo Silva em 2015. Assinaram o texto enviado nesta segunda-feira (15), à imprensa, Ariela Massotti, Danilo Castro, Ryllberth Ribeiro, Valtair Barbosa, Washington Duque e Weber Lasaro Oliveira.

“A sinopse foi criada por um grupo de 26 roteiristas que, durante 15 dias, se dedicaram a desenvolver uma história, com trama principal e tramas secundárias, mais de 50 personagens e o primeiro capítulo da referida novela a partir de uma ideia original nascida em uma primeira reunião de trabalho, da qual participaram todos os alunos do curso”, afirmam eles na carta.

“Aguinaldo Silva havia comprovadamente anunciado que, caso a sinopse fosse produzida por uma emissora de TV e virasse uma novela, os direitos seriam devidamente reconhecidos em favor dos coautores e os valores monetários provenientes seriam repartidos de forma equitativa entre os mesmos. Não faltam provas de tais alegações”, continuam os ex-alunos, em outro trecho do texto.

Desde o ano passado, o folhetim está envolvido nesse imbróglio relacionado à autoria. Sobre o caso, o autor Aguinaldo Silva falou com o jornal ‘O Estado de S. Paulo’: “Na verdade, ninguém reivindicou. O que houve foi uma sequência de idas de algumas pessoas que nunca foram identificadas ao que eu chamo de baixa mídia, que são os pequenos blogs e sites, mas nunca apareceu ninguém que protestasse oficialmente”, disse Aguinaldo.

Ao que ele foi perguntado: a não ser o ex-aluno Silvio Cerceau? “Pois é, e eu que estou processando ele, porque ele assinou um contrato que tinha uma cláusula de confiabilidade. Mas esse caso está na Justiça e nem posso falar sobre isso”, respondeu o autor.

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Aguinaldo confirmou que, nessa master, tinham elementos desse universo de ‘O Sétimo Guardião’, porque era uma novela que ele pretendia fazer. “Então, fomos falando sobre isso ao longo da master, partindo de mim para eles, o tempo inteiro. A teoria, eu passo na prática, eu incentivo os alunos a desenvolver certos temas que eu coloco. O desenvolvimento deles é ou não aprovado por mim”, disse o novelista.

Depois da publicação da entrevista, Silvio Cerceau disse: “Aguinaldo Silva alega que está me processando por quebra de um termo confidencialidade, porém isso não procede, não existe no teor do processo qualquer menção a essa quebra que nunca ocorreu. Ele se antecipou a mim e abriu um processo irreal pedindo anulação do contrato que assinou comigo, alegando que fizemos apenas exercícios de novelas antigas e alega que duas personagens criadas pelo grupo foram retiradas da trama. Nada disso procede, isso é apenas uma manobra para enganar o público e a mídia, para fazer da mentira que ele inventou verdade. Antes, somente eu reivindicava a coautoria, mas agora o cenário. Todas as provas que sou coautor da sinopse e primeiro capítulo da telenovela ‘O Sétimo Guardião’ estão anexadas no processo que já tem mais de 700 páginas e não está em segredo de justiça no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro”.

Cerceau afirmou ainda estar indignado com a Globo. “A Rede Globo através do seu jurídico tem conhecimento de tudo e são omissos”, disse.

Procurada, a assessoria de Aguinaldo Silva avisou que tomaria conhecimento do conteúdo da carta aberta e que depois retornaria à reportagem, mas não tivemos retorno do autor até a publicação desta matéria no portal. Em nota, a Comunicação da emissora afirmou: “A Globo não faz parte da ação judicial mencionada e não comenta casos pendentes de avaliação do judiciário”.

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A íntegra da carta aberta:

“Os roteiristas abaixo nominados, alunos do curso Master Class 3 ministrado por Aguinaldo Silva em novembro e dezembro de 2015, vem a público esclarecer a verdade em torno da criação da sinopse que deu origem à novela O SÉTIMO GUARDIÃO.

A sinopse foi criada por um grupo de 26 roteiristas que, durante 15 dias, se dedicaram a desenvolver uma história, com trama principal e tramas secundárias, mais de 50 personagens e o primeiro capítulo da referida novela a partir de uma ideia original nascida em uma primeira reunião de trabalho, da qual participaram todos os alunos do curso.

Em que pese a ideia inicial de Aguinaldo Silva fosse criar um remake para sua novela O OUTRO, os roteiristas sugeriram uma trama original: uma história passada em uma cidade fictícia do interior cuja grande riqueza e segredo fosse uma fonte de águas curativas protegida por um gato e sete guardiões.

A partir dessa ideia, que encantou Aguinaldo, os roteiristas criaram toda a história, as tramas, os personagens e o primeiro capítulo da obra. Por sugestão dos alunos, inclusive, a cidade foi batizada de Serro Azul, como homenagem ao escritor na época.

Aguinaldo Silva havia comprovadamente anunciado que, caso a sinopse fosse produzida por uma emissora de TV e virasse uma novela, os direitos seriam devidamente reconhecidos em favor dos co-autores e os valores monetários provenientes seriam repartidos de forma equitativa entre os mesmos. Não faltam provas de tais alegações.

No entanto, para a surpresa de todos, com o início da produção da novela pela Rede Globo, Aguinaldo Silva e seus representantes passaram a utilizar a imprensa, as mídias sociais e a Justiça para afastar os roteiristas da Master Class 3 da obra e convencer a todos ser ele o único criador da história e, portanto, o único detentor de direitos sobre a mesma.

Tal movimento, naturalmente, causou indignação, uma vez que o autor e seus representantes passaram a propagar inverdades sobre a criação da obra e declarações desrespeitosas, alegando que os co-autores seriam pessoas sem experiência, sem competência profissional e teriam contribuído de forma ínfima.

A Rede Globo já está ciente da situação e foi notificada extrajudicialmente inúmeras vezes. Por razões que desconhecemos, a emissora prefere se omitir.

Diante do exposto e fartos de sermos lesados sem que providências sejam tomadas para resolver a situação, decidimos tornar pública a nossa posição e deixar claro que não deixaremos de reivindicar nossos direitos.

Por fim, pedimos licença para utilizar uma frase do próprio Aguinaldo Silva quando, em uma situação anterior em seu início de carreira, se sentiu desvalorizado: “Nesse instante, do que estou mais precisando é de incentivos, e não que venha alguém minimizar o meu trabalho.”

As palavras de Aguinaldo contemplam exatamente o nosso sentimento em relação a essa história. Nesse instante, do que mais precisamos é de incentivos e não que venham minimizar o nosso trabalho.

Atenciosamente,

Ariela Massotti

Danilo Castro

Ryllberth Ribeiro

Valtair Barbosa

Washington Duque

Weber Lasaro Oliveira”

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