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Aluno autista tem braço quebrado por policial professor em escola militar

Caso chocante aconteceu em cidade brasileira e o adolescente de 15 anos passou por cirurgia

Fotos: Reprodução/Metrópoles

Em um acontecimento alarmante em uma instituição educacional especializada no Guará (DF), um adolescente autista de 15 anos viveu uma experiência traumatizante ter o braço fraturado por um policial militar, que também é professor de informática na escola.

Angélica Rego Soriano, mãe do adolescente, revelou ao ornal ‘Metrópoles’ o estado de choque emocional em que se encontra o filho após o episódio, descrevendo momentos de pânico do jovem no hospital diante de qualquer homem que se aproximava.

O incidente ocorreu no Centro de Ensino Especial 1 do Guará, quando Renato Caldas Paranã, sargento da Polícia Militar do Distrito Federal e professor temporário, interveio durante uma crise do estudante, que possui Transtorno de Espectro Autista (TEA) de nível 3 e Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) Não Verbal.

Durante a intervenção, o professor fraturou o braço do aluno, o que o levou a precisar de uma cirurgia para a inserção de pinos de titânio.

A mãe do aluno narra que o militar optou pela imobilização física do adolescente, ignorando os apelos da vice-diretora para cessar a ação. A mãe descreveu a ausência de socorro imediato, mesmo com o ferimento evidente do jovem.

Ela também relatou que outras mães reclamaram sobre a conduta do professor com crianças especiais.

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O trauma vivenciado pelo estudante o levou a não querer mais assistir às aulas de Renato Paranã, conforme apresentado pela mãe. A vice-diretora da escola, profundamente afetada pelo ocorrido, apoiou a família do aluno.

Angélica também relatou um incidente no Hospital de Base, no qual uma mulher, identificada como Patrícia e conhecida de Paranã, ofereceu dinheiro à família do aluno, que busca por Justiça.

“Além disso, a gente estava em um momento de dificuldade, no Hospital de Base, quando uma mulher se apresentou como Patrícia e disse ser conhecida do Renato”.

“Ela disse para compreendermos o que ele fez e que quem sofria, na verdade, não era meu filho, mas o professor. Ela começou a nos oferecer dinheiro, mas não queremos isso. Queremos justiça. Esse policial é completamente despreparado para agir com uma criança”, desabafou Angélica.

Este lamentável incidente repercutiu nas redes sociais. Internautas comentaram sobre a necessidade urgente de um melhor entendimento e treinamento adequado para lidar com alunos especiais, assim como no manejo de crises em ambientes educacionais.

“Não sei o que houve, imagino que vão apurar. Mas esse professor sempre me pareceu muito mais ríspido com os alunos do que o ideal para um ambiente como este (digo isso por experiência com meu filho mesmo). Enfim, melhoras para ele e que o pós-cirúrgico seja tranquilo”, declarou uma mãe no grupo de pais.

Veja uma conversa entre pais de alunos no grupo do WhatsApp:

Grupo WhatsApp
Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com o ‘Metrópoles’, Renato Caldas Paranã, terceiro-sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), assumiu o cargo temporário de professor de informática na instituição em agosto, conforme registros do Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal.

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Ele estava substituindo uma professora afastada.

No dia do incidente, o aluno, agitado na ocasião, foi acalmado pelos funcionários da escola.

Apesar das orientações da vice-diretora, Renato segurou o aluno com intensidade – conforme relatado no boletim de ocorrência feito pela mãe do estudante. Essa ação causou a fratura no braço do aluno autista.

A vice-diretora, em seu depoimento à polícia, informou que pediu ao PM para cessar a contenção, porém, sem sucesso.

Durante um breve momento em que se ausentou para buscar ajuda psicológica, ela ouviu um grito muito alto“, levando-a a retornar e encontrar o jovem ao chão, com o braço fraturado.

Professor é afastado após incidente com aluno autista

Diante de tudo isso, o professor foi afastado. A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) confirmou o afastamento e esclareceu os procedimentos adotados após o ocorrido.

A SEEDF detalhou em nota: “Por meio da Coordenação Regional de Ensino do Guará, a direção realizou o primeiro acolhimento [do aluno] e, imediatamente, o Corpo de Bombeiros foi acionado, o qual prestou os primeiros atendimentos ao estudante. Em seguida, ele foi encaminhado para o hospital, acompanhado pela diretora, por uma professora e pela avó”.

A secretaria reiterou seu repúdio a atos de violência e prometeu assistência ao aluno vítima.

O professor, segundo a SEEDF, foi imediatamente afastado. O caso está sob investigação da Polícia Civil e da Corregedoria da SEEDF, que estão empenhadas em tomar as medidas adequadas.

O caso, descrito como umacidente pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), aconteceu quando o professor, também servidor da Secretaria de Educação do DF, foi chamado para auxiliar na contenção do aluno.

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A PMDF relatou que “[o estudante] estava em crise nervosa, agredindo outros alunos e funcionários. Durante o atendimento, ele teve uma segunda crise nervosa, desequilibrou-se e caiu. Antes da queda, o professor tentava acalmá-lo e, por isso, segurava o braço dele, visando impedir que se machucasse ou ferisse outro aluno. A lesão teria ocorrido nesse contexto. O professor, de imediato, realizou os primeiros-socorros e solicitou apoio do Corpo de Bombeiros Militar”. 

Ainda de acordo com a corporação, a Emenda Constitucional (EC) nº 101/2019 autoriza acumulação de cargos públicos por militares.

“A PMDF esclarece que tomou ciência da situação por meio desta demanda [do Metrópoles]. No entanto, frisa-se que o ocorrido não se deu em atividade policial militar“, enfatizou.

A defesa do policial militar e professor Renato Caldas Paranã não foi localizada pelo portal ‘Metrópoles’ – que acompanhou o caso de perto.

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