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Polícia prende suspeitos de matar Marielle Franco; veja quem são

O PM reformado Ronnie Lessa teria sido o autor dos disparos e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, o condutor do veículo utilizado na execução

(Foto: Mário Vasconcellos / CMRJ)

Dois dias antes de completar um ano o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a polícia prendeu, na madrugada desta terça-feira (12), dois suspeitos do crime. O caso aconteceu em 14 de março de 2018 no Rio de Janeiro.

Ronnie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, foram denunciados por homicídio qualificado e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, uma das assessoras de Marielle que também estava no carro. Lessa mora no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio.

Ex-PM Ronnie Lessa aparece como suspeito (Foto: Polícia Militar)
Ex-PM Ronnie Lessa aparece como suspeito (Foto: Polícia Militar)

A prisão é resultado de uma operação conjunta do Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Além dos mandados de prisão, a Operação Lume cumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos dois acusados para apreender documentos, celulares, computadores, armas, munições e outros objetos.

Como foi o ataque

1) O carro em que Marielle Franco, o motorista Anderson Gomes e uma assessora, cuja identidade foi preservada, foi alvejado com tiros no Rio de Janeiro. Foram encontradas 9 cápsulas no local e alguns disparos atravessaram o veículo. As balas são compatíveis com pistola ou submetralhadora;

2) A trajetória dos disparos, em diagonal, de trás para frente e da direita para a esquerda, paralelamente ao chão, indica a presença de um único atirador na cena do crime;

3) A trajetória das balas demonstra ainda que o alvo principal não era o motorista como seria esperado em caso de roubo;

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4) Disparados de dentro de outro carro, os tiros indicam que o alvo primário do atirador seria a pessoa sentada no banco traseiro, do lado direito, onde estava a vereadora.

Operação Lume

Segundo o Ministério Público, as prisões ocorreram por volta das 4h durante a Operação Lume, realizada na residência dos suspeitos. Os dois foram denunciados depois de análises de diversas provas. Lessa teria sido o autor dos disparos de arma de fogo e Elcio, o condutor do veículo Cobalt utilizado na execução. O MP informou que o crime foi planejado de forma meticulosa durante os três meses que antecederam os assassinatos.

Na denúncia apresentada à Justiça, o Gaeco/MPRJ também pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de fogo de Lessa, a indenização por danos morais aos parentes das vítimas e a fixação de pensão em favor do filho menor de Anderson até completar 24 anos de idade.

Segundo o MP, o nome da operação é uma referência a uma praça no centro do Rio, conhecida como Buraco do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista. No local, ela também costumava se reunir com outros defensores dos direitos humanos e integrantes do seu partido, o PSOL.

“Além de significar qualquer tipo de luz ou claridade, a palavra lume compõe a expressão ‘trazer a lume’, que significa trazer ao conhecimento público, vir à luz”, informa o comunicado do MP. “É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia”, diz a denúncia, acrescentando que a ação foi um golpe ao Estado Democrático de Direito.

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Grilagem

A vereadora Marielle Franco (PSOL) teria sido morta porque milicianos acreditaram que ela podia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras na zona oeste do Rio.

O crime estava sendo planejado desde 2017, muito antes de o governo federal decidir decretar a intervenção federal no Rio. As revelações foram feitas pelo general Richard Nunes, secretário da Segurança Pública do Rio.

Em janeiro deste ano, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio prenderam cinco supostos integrantes de uma milícia que atua em Rio das Pedras, comunidade pobre da Barra da Tijuca. Um dos detidos é acusado de integrar o Escritório do Crime, organização criminosa suspeita dos assassinatos da vereadora e do motorista.

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