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Talentoso e carismático, Caio Junqueira atuou em filmes consagrados

Artista começou a carreira ainda criança, aos 9 anos, e seguiu em produções relevantes

O ator Caio Junqueira, conhecido por papéis em novelas da Globo e no filme Tropa de Elite, morreu, aos 42 anos, por volta das 5h 30 de quarta-feira (23). Ele sofreu grave acidente na quarta-feira (16), no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. O carro que dirigia capotou e ele foi socorrido e levado para o Hospital Miguel Couto. Velório e enterro ocorrem na quinta (24).

Caio Junqueira estava internado no hospital, que não divulgou a causa da morte. Segundo a Secretaria municipal de Saúde do Rio, isso caberá ao Instituto Médico-Legal do Rio, para onde o corpo do ator foi encaminhado na manhã de ontem.

O ator trafegava com seu utilitário Subaru Forester prata pelo Aterro, no sentido Centro, por volta das 13h15 do último dia 16. Ele perdeu a direção, subiu na sarjeta e bateu contra uma árvore. Ele estava sozinho no carro e sofreu duas fraturas expostas, uma delas no braço esquerdo.

Levado ao Miguel Couto, foi submetido a cirurgia, encerrada já durante a noite do mesmo dia. Ele ainda sofreu um grave trauma na região do tórax, além de ter perdido muito sangue. Depois de várias cirurgias, Caio chegou a acordar e, mesmo sedado, tentou se levantar da cama. Na quarta, porém, ele voltou a apresentar febre intensa.

Carreira

Caio começou a carreira ainda criança, aos 9 anos, no programa ‘Tamanho Família’, na extinta TV Manchete, ao lado de nomes como Diogo Vilela e Zezé Polessa. Em 1988, estreou na Globo, no humorístico Grupo Escolacho, com texto de Miguel Falabella, Luiz Carlos Góes e Leo Jaime, e redação final de Chico Anysio.

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Depois, fez participação em outras produções da emissora, como na novela ‘Barriga de Aluguel’, em 1990, e nas minisséries ‘Engraçadinha’, em 1995, ‘Hilda Furacão’, em 98, e ‘Chiquinha Gonzaga’, em 99. Foi no remake de ‘A Escrava Isaura’, em 2004 na Record, que o ator se destacou ao viver o personagem abolicionista Geraldo. Seu último trabalho na Globo foi na novela das 18h, ‘Desejo Proibido’, exibida entre 2007 e 2008.

Em 2009, voltou para a Record, na série ‘A Lei e o Crime’. No canal, atuou ainda em produções como ‘Ribeirão do Tempo’, em 2010, em que viveu seu primeiro protagonista. Em 2016, participou da série 1 Contra Todos, da Fox, e, em 2018, fez Ricky na polêmica série ‘O Mecanismo’, de José Padilha, disponível na Netflix.

No cinema, o ator trabalhou em filmes consagrados, como ‘O Que É Isso, Companheiro?’, em 1997, no qual viveu um guerrilheiro ao lado de Matheus Nachtergaele. O filme de Bruno Barreto retratou o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, em 1969, por um grupo de guerrilheiros formado por integrantes da Aliança Libertadora Nacional e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro, o MR-8.

No ano seguinte, Caio esteve em outra grande produção, o premiado ‘Central do Brasil’, dirigido por Walter Salles. O jovem ator fez uma ponta, aparecendo mais no final da trama como um dos irmãos de Josué.

Coadjuvante?

Caio Junqueira não reclamava da condição de coadjuvante, mas se ressentia que o sucesso não pudesse ser compartilhado por todos. “Só acho que os outros nomes do elenco poderiam ser lembrados de vez em quando. Por sermos atores, precisamos de divulgação. A única que se lembra de nós é a Fernanda (Montenegro) que, sempre que pode, fala dos coadjuvantes nas entrevistas”, disse ele, em 1999.

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Foi em 2003, porém, que Caio Junqueira provocou ao viver um papel diferente, Nando, personagem andrógino do longa ‘Seja O Que Deus Quiser!’, de Sérgio Rezende e estrelado por Marília Pêra.

Em ‘Tropa de Elite’, lançado em 2007 e dirigido por Padilha, ele ganhou projeção com a grande repercussão conquistada pelo longa. No filme, ele interpreta o policial militar Neto Gouveia, jovem impulsivo que sonha em entrar no Bope.

“Eu tinha mais preconceito com o policial antes de fazer o filme. Mas será que a nossa sociedade quer uma polícia certinha?”, disse ele em entrevista ao Jornal da Tarde, em 2007. “A cena de treinamento foi bem dura. As caminhadas, a comida no chão, subir a favela vestido de policial, dando tiro de festim enquanto o comércio local estava em pleno funcionamento.”

Ator talentoso e carismático, Caio Junqueira era filho do ator Fábio Junqueira e irmão do ator Jonas Torres.

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